É isso mesmo. Não errei de foto, não. Daqui a alguns anos, esta vai ser a Fórmula 1:
O motor a combustão vai ser aposentado de vez, provavelmente em prol de um par de motores tirados de barbeadores elétricos. Afinal, é comprovado que 20 carros correndo alguns fins de semana por ano são os grandes responsáveis pelo buraco na camada de ozônio, pelo aquecimento global e pela iminente extinção da marmota siberiana. Mas, fãs dos motores que roncam alto, não se preocupem: a BMW vai providenciar uma trilha sonora sintetizada especialmente para a categoria, para ser tocada em volume máximo nos alto-falantes dos autódromos e da sua TV. Naturalmente, donos de BMW poderão comprar esses sons para equipar suas minivans de tração dianteira (Ultimate People Carriers?).
Evoluindo o regulamento atual, as futuras restrições técnicas vão gerar carros cada vez mais pesados (mas meu barbeador parece tão leve!), sem que o peso mínimo estipulado seja corrigido. Assim, as equipes terão que contratar como pilotos garotinhos de 7 anos. Todos, claro, devidamente credenciados pela FIA, que cobrará uma taxa de 1 milhão de dólares para selecionar rigorosamente os melhores entre futuros aspirantes a Maldonado e Gutierrez.
Ampliando as restrições aos testes, a comunicação entre membros de uma mesma equipe será proibida entre corridas. Engenheiros e técnicos responsáveis por áreas diferentes só poderão conversar no grid de largada, dentro dos 15 minutos que terão disponíveis para (tentar) montar os carros. Os treinos, livres e classificatórios, notórios por permitir que as equipes testem modificações e ajustes, serão banidos; as posições de largada serão definidas por sorteio.
Toda e qualquer inovação deverá ser aprovada por um comitê formado pelas equipes de pior desempenho. Caso elas considerem a tecnologia muito cara ou difícil de implementar, terão direito de barrá-la do regulamento. Outros passos em direção à democratização da categoria serão a substituição da fibra de carbono por plástico comum e fibra de vidro e a proibição do uso de túneis de vento, na esperança de que finalmente alguma equipe dos EUA alinhe no grid.
A categoria marcará presença apenas em circuitos projetados pelo mestre Hermann Tilke. O conceito de ultrapassagem desaparecerá da F1, mas não faltarão corridas vespertinas, noturnas, sob a aurora boreal, neve, etc.
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É, amigo… O esporte a motor altamente inovador e competitivo que conquistou tantos de nós não existe mais. Hoje, carros de passeio têm mais tecnologia do que um monoposto de F1, inclusive "servindo de inspiração" para os trens de força híbridos adotados neste ano. Sem falar que os GPs estão tão entusiasmantes quanto um episódio de Two and a Half Men com o Ashton Kutcher. Nossa esperança é que os responsáveis tomem a iniciativa de corrigir radicalmente o rumo atual, ou logo, logo esses parágrafos acima não parecerão mais tão absurdos.
-WS
Fonte da foto: http://www.damngeeky.com/2012/08/08/3824/a-dad-transforms-plastic-race-car-into-full-blown-racing-car-for-his-kid.html