domingo, 17 de fevereiro de 2013

[AltoGiro F1] Novas Regras para 2013


Todo bendito ano a FIA estabelece regras e mais regras novas para a temporada corrente de Fórmula 1. Durante as últimas temporadas, vimos mudanças para todos os lados: nos motores, no formato da classificação, no tamanho do grid, na proibição ou permissão de novos instrumentos tecnológicos. Todas essas mudanças, segundo Bernie Ecclestone (chefe máximo da F1), são sempre pensadas a favor do espetáculo. 

O fato, Mr. Ecclestone, é que nós, que acompanhamos a F1 e somos leais alvos das suas publicidades, gostamos de saber o que está se passando. Durante os últimos anos, vimos muitas vezes mudanças de regras e, principalmente, proibições disso ou aquilo durante a própria temporada. Será que isso realmente é melhor para aqueles que assistem? Será que é melhor para o desenvolvimento dos carros, já que um gênio não pode aparecer com uma solução brilhante que ela logo se torna proibida?

Não podemos responder a essas perguntas com precisão, mas de fato elas ficam no ar. O que podemos dizer, pelo menos, é que para 2013 as mudanças nas regras não foram tão bruscas como nos últimos anos e, talvez, tenhamos alguma linearidade nas mudanças, de forma mais branda e gradual, a favor do esporte e da segurança dos pilotos. Então, falemos um pouco do que veremos de novidade (ou não veremos, mas sabemos que elas estão lá!) para essa temporada.



Começemos pelas mudanças que serão mais visíveis aos telespectadores. Como explicado no nosso post anterior sobre os pilotos e equipes para 2013, neste ano teremos uma redução de competidores de 24 para 22 pilotos. Isso nos leva diretamente a primeira mudança de regras: o número de pilotos eliminados no Q1 e Q2 (primeira e segunda partes do treino classificatório de sábado) passarão a ser 6, ao invés de 7. O Q3, continua inalterado. Ainda na sequência dos treinos, temos outra alteração: o sistema da “asa-móvel” como costumam denominar os narradores brasileiros (DRS, em inglês - Drag Reduction System), não poderá mais ser usado a vontade nos treinos de sexta e sábado, como no ano passado. A partir de agora, tanto nos treinos como na corrida, o DRS só poderá ser utilizado na DRS Zone (área da pista determinada pela direção de prova para uso do DRS).

Ano passado, uma polêmica envolvendo Sebastian Vettel gerou uma nova regra para este ano. Vettel, na ocasião, terminou sua volta classificatória e parou o carro logo em seguida, no meio da pista, alegando problemas técnicos. Acontece que, pela regra, o piloto deve ter combustível suficiente para chegar até os boxes e ainda sobrar 1L de gasolina para análise dos organizadores da prova. No caso, a fraude de Vettel foi constatada e ele foi pra trás no grid. Esse ano, a mudança ocorre que, se algum carro parar na pista logo após sua volta de classificação por algum “motivo técnico”, a organização medirá o quanto de combustível tem de sobra no carro, o quanto é o estabelecido por regra e, comparando esses dois, definirá punição proporcional. Se estiver tudo dentro dos limites, não haverá punição.

Passando para o lado mais “invisível” da coisa, temos algumas alterações mais técnicas no carro para esse ano. A primeira (e essa sim, ainda bem visível), é a regra anti-feiura dos bólidos. Brincadeiras a parte, a regra foi criada exatamente para isso: tornar os carros mais bonitos. Eu explico: no ano passado, a FIA reduziu a altura máxima permitida dos bicos dos carros. Com isso, e com a necessidade de manter a frente do carro alta para gerar mais downforce (pressão aerodinâmica) na parte traseira dos carros, as equipes adotaram a solução do “bico em degrau”, muito comentada e criticada, e que deixou os carros particularmente horríveis (como disse o piloto da Red Bull, Mark Webber). Para esse ano, a FIA permitiu que as equipes utilizassem uma “capa metálica” para cobrir o degrau: é uma peça simples, inteira de metal que serve só como cobertura para mascarar o degrau (vide ilustração no topo deste post). Algumas equipes adotaram, outras, alegando que essa mínima peça faria diferença na aerodinâmica do carro e, consequentemente, no desempenho dele, preferiram ficar com o degrau mesmo. 

Outra regra técnica, envolve novamente a Red Bull. E é aí que entramos na polêmica das constantes mudanças de regras em contraposto às mentes brilhantes da F1. Adrian Newey, projetista-chefe da Red Bull e conhecido como “mago da F1” (devido ao brilhantismo de seus projetos), criou uma solução aerodinâmica para seu carro, em que o nariz do carro era bem flexível, favorecendo o fluxo de ar em determinadas circunstâncias (principalmente em curvas) e maior pressão aerodinâmica para o carro. 

Sendo assim, a FIA aumentou a rigidez nos testes dos bicos dos carros. A FIA então, limita a 10mm a flexibilidade da asa, quando posta a uma carga de 1000N (aproximadamente 100kg) em testes (metade do que era permitido), limitando também, a criatividade, inventividade e a genialidade das grandes figuras por trás dos carros.

Fechando as especificações técnicas, o peso mínimo exigido do conjunto carro+piloto aumenta em 2kg esse ano, de 640kg para 642kg, devido ao aumento de peso dos pneus para essa temporada (falaremos dos pneus num próximo post!).

Por fim, nos “bastidores” das preparações, duas regras fecham o pacote para 2013: os testes de meio de temporada foram banidos novamente (haviam voltado em 2012, mas por motivos de corte de custos, foram novamente banidos) e, o horário máximo permitido que os funcionários fiquem trabalhando nos carros nos dias de treino, aumentou em 2hs, antes do toque de recolher, onde equipes e pilotos devem fechar suas portas e ir para casa, impedindo que fiquem trabalhando até altas horas nos carros durante os finais de semana de corridas.


Como dito anteriormente, apesar de a FIA ainda escorregar em algumas das suas alterações, aparentemente não teremos nada brusco de novo em relação as regras para 2013. Só esperamos que não apareçam novas soluções geniais tecnológicas e incríveis para o desenvolvimento dos bólidos, pois afinal de contas, segundo Ecclestone, nós odiamos isso. E isso, certamente, geraria revolta dos “menos geniais” e mudanças de regras em prol da “competitividade” ainda no meio da temporada.

- João

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