Começando a nossa série de posts pré-temporada da Fórmula 1, vamos falar um pouco do que mais interessa nas mudanças de uma temporada para outra: pilotos, equipes e a dança dos cockpits. E o que você vê na montagem acima, é a cara da F1 para 2013.
Pela montagem acima, podemos verificar duas coisas de imediato: a primeira delas e mais visível, é que a dança dos cockpits ainda não terminou. Ainda resta uma vaga em aberto, na Force Índia, para o futuro companheiro de Paul di Resta, e falaremos disso adiante. A segunda coisa, mais sutil e pela qual podemos começar nossas observações é que não há 24 fotos na montagem acima e sim 22 (ou 21, desconsiderando o ponto de interrogação).
Isso mesmo, o número de equipes para 2013 caiu de 12 para 11, numa tendência natural. Todos pudemos observar que as equipes “novatas” da F1 não tem conseguido fazer grandes progressos em seus carros, continuando muitos segundos (em média, 3 a 4 por volta) atrás do pelotão mais a frente, das equipes “veteranas”. Essa dificuldade de melhoria gera falta de interesse de investidores, que gera falta de dinheiro para desenvolvimento do carro, que gera dificuldade de melhoria... e assim vai a bola de neve. E quem saiu do grid, foi a HRT, que tinha como seus pilotos o espanhol Pedro de la Rosa, que se tornou piloto de testes da Ferrari e o indiano Narian Karthikeyan, que muito provavelmente não irá correr nessa temporada.
Aproveitando essa deixa, falemos então sobre os pilotos que deixam a Fórmula 1 e os que chegam na Fórmula 1 em 2013. A lista dos que deixam a F1 esse ano incluem o brasileiro Bruno Senna (ex-Williams), que infelizmente não conseguiu uma combinação de resultados/patrocínios para o manter na categoria (Bruno vai correr pela Aston Martin no World Endurance Championship esse ano). Somam-se a Bruno na lista dos que deixam a F1 (pelo menos por enquanto, pois existe uma vaga em aberto) o japones Kamui Kobayashi (ex-Sauber), o russo Vitaly Petrov (ex-Caterham), o finlandês Heikki Kovalainen (também ex-Caterham) e o alemão Timo Glock (ex-Marussia), além de Karthikeyan, já citado.
Dos que chegam, uma boa novidade: o baiano Luiz Razia conseguiu sua chance na F1. Após conquistar o vice-campeonato na categoria de acesso à F1, a GP2, pela equipe Arden, Razia vai estrear na principal categoria do automobilismo pilotando uma Marussia. Ok, não é o melhor dos mundos pois, como sabemos, a Marussia é uma das novatas que sempre ficam atrás do grid. Mas, quem sabe seja uma primeira oportunidade para Razia mostrar suas habilidades. Junto com Razia, chegam da GP2 o terceiro colocado, mexicano, Esteban Gutierrez, que correrá pela Sauber (provavelmente devido ao seu investidor, o bilionário Carlos Slim, que é um dos principais patrocinadores da Sauber via Claro e Embratel e que também investe no outro mexicano Sergio Perez, ex-Sauber e atual Mclaren), o sexto colocado, holandês, Giedo van der Garde, que correrá pela Caterham e o quarto colocado, inglês, Max Chilton, que será companheiro de Razia na Marussia.
No pelotão do meio, a única equipe que manteve sua dupla de pilotos para a nova temporada foi a Toro Rosso, com Vergne e Ricciardo. A Williams, como dito anteriormente, mandou um abraço para Bruno Senna e trouxe o novato finlandês Valtteri Bottas para seu lugar. Não é grande novidade, pois Bottas é piloto de testes da equipe desde 2010. A Sauber, para fazer dupla com Gutierrez, trouxe o alemão Nico Hulkenberg (não confundir com Nico Rosberg!), que teve desempenho mediano em 2012, correndo pela Force Índia, conseguindo como melhor resultado um quarto lugar no GP da Itália. E com a saída de Hulkenberg, fechamos a conta das equipes médias com a única vaga que continua em aberto no grid.
Agora que já falamos dos pilotos novatos que só verão poeira este ano, vamos falar um pouco da parte anterior do grid. As equipes campeã e vice da temporada de 2012, Red Bull e Ferrari, respectivamente, mantém suas duplas de pilotos para esse ano. Apesar de muitos rumores envolvendo Vettel, Webber e Massa, os três continuam em seus devidos postos, assim como, obviamente, o espanhol Fernando Alonso. Já a terceira colocada, a Mclaren, sofreu uma grande baixa para este ano: o inglês Lewis Hamilton, considerado por muitos o piloto mais agressivo do grid, decidiu mudar o rumo de sua carreira e aceitou proposta da Mercedes para tomar o lugar do heptacampeão Michael Schumacher que (esperamos) se aposentou pra valer desta vez. Infelizmente, Schumi não deu conta do recado após seu retorno a F1 e poderia ter ficado sem ele. Então, a Mercedes terá Lewis Hamilton e seu outro antigo piloto, o alemão Nico Rosberg para este ano. Esperemos que o carro seja de tanta qualidade quanto a dupla de pilotos. Já a Mclaren, para suprir o abandono ingrato de Hamilton (lembremos que Ron Dennis, chefão da equipe inglesa, apadrinhou toda a carreira de Hamilton, desde o kart), trouxe para a equipe o jovem mais promissor da nova leva: o mexicano Sergio Perez. Perez, se mostrou muito rápido em 2012, conseguindo dois excelentes segundos lugares (na Malásia e em Cingapura) com a modesta Sauber, além de ter pontuado em várias outras corridas e ter feito boa apresentação no geral. O teste de fogo é saber se aguenta a pressão de conseguir vitórias numa equipe de ponta. Este humilde que vos escreve, acredita que sim, e que Perez vai dar muito trabalho esse ano. Já a Lotus, grande surpresa do ano passado, também permanece com o polêmico e eficiente Kimi Raikkonen, que terminou a temporada em terceiro lugar logo em seu retorno a F1 e o estabanado Roman Grosjean, que além de um segundo lugar em 2012, tudo que conseguiu na temporada passada foi causar discórdias, punições e xingamentos com sua maneira, digamos, “singular” de conduzir um monoposto. Uma pena Grosjean ter assegurado a vaga na Lotus, pois certamente ela poderia ser dada para um piloto com mais potencial. Mas, como o AltoGiro não tem influência (ainda!) nas decisões que ocorrem nas equipes, só nos basta torcer para que Grosjean tenha aprendido com os erros anteriores.
Como podem notar, a F1 apresenta mais ou menos metade do mesmo e metade novidade para 2013, pelo menos no que diz respeito aos pilotos e suas respectivas equipes. Certamente com as equipes de ponta mantendo seus pilotos, não deveremos ter grandes novidades nos términos das corridas (espero que eu esteja errado). Porém, alguns ingredientes de tempero, como Perez na Mclaren e Hamilton na Mercedes, podem trazer um sabor mais forte para o prato da F1. Esperamos também que esse ano, Felipe Massa comece o ano já como correu no segundo semestre de 2012: com muita confiança e batendo por muitas vezes o bicampeão Fernando Alonso, seu companheiro de equipe. Afinal, a última vitória de Massa foi em 2 de novembro de 2008, no GP do Brasil. Sim, há quase 4 anos e meio! E a última vitória do Brasil na F1 ? Com Rubens Barrichello, pela Brawn GP, em 13 de setembro de 2009, em Monza. Infelizmente duas datas que fazem tanto tempo que aconteceram, que nem um fanático por F1 como eu conseguia lembrar. Pra lembrar das últimas vitórias do Brasil na F1, só o Google mesmo.
- João
Este ano é "ou vai, ou racha" na Mercedes. A BMW, que teve resultados melhores, desistiu. Mas não acho que é o Hamilton que vai resolver os problemas deles. A conferir...
ResponderExcluirMassa tem que começar o ano bem, mas é virtualmente impossível que ele vá melhor que o Alonso. Eu duvido muito.
Razia, coitado, deve ter um ano à lá Bruno Senna na época de Hispania. Espero estar enganado.
Bom artigo, resumiu bem as mudanças no grid!
-WS
O Hamilton foi essa semana no Top Gear. Pelo que deixa transparecer e, dado que a Mercedes já começou a trabalhar no carro do ano que vem (2014), imagino que ele deva ter um horizonte de vitórias só pro ano que vem. Mas quem sabe ele não belisca uma pole ou dá uma atrapalhada geral também. Braço ele tem pra isso (e mostrou no Top Gear!)
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