Após conhecer o Cadillac 6200 e o Oldsmobile Cutlass Supreme da Golden Classics, o AltoGiro foi convidado a visitar o galpão da empresa, onde ficam guardados a maior parte da coleção.
Como se pressupõe, o local era um galpão mesmo. Não que o lugar fosse mal-cuidado, só não tinha o capricho de um show-room. Localizado também no bairro do Brooklin, em São Paulo, o depósito tinha certa de 20 carros guardados, sendo alguns deles muito raros de se ver por aqui.
Como se pressupõe, o local era um galpão mesmo. Não que o lugar fosse mal-cuidado, só não tinha o capricho de um show-room. Localizado também no bairro do Brooklin, em São Paulo, o depósito tinha certa de 20 carros guardados, sendo alguns deles muito raros de se ver por aqui.
No local, encontravam-se alguns carros muito interessantes, como um Plymouth, um Citroen DS, um Citroën SM, Jaguares e claro, uma Ferrari. Mas, acima de tudo, tinha guardado um trio raro de se ver em qualquer lugar do mundo. Neste primeiro post, publicarei os principais carros que avistei na visita ao galpão da Golden Classics. É uma viagem ao passado.
Jaguar XJ-S 1977. Este luxuoso Gran Turismo inglês substituiu o lendário Jaguar E-Type. Apesar do design nunca ter sido à altura do seu espetacular antecessor, o XJS não deixava dúvidas da sua capacidade: sob o capô, um glorioso V12 5.3 L.
Jaguar XJ6 Series III. Este sedã inglês estava estacionado logo atrás do poderoso XJ-S V12. Porém, assim como denuncia a numeração do XJ6, este felino é movido por um 6 cilindros em linha de 3,4L de capacidade. O motor era o suficiente para mover com elegância este Jaguar e para compradores mais entusiasmados (e endinheirados), havia o XJ12, dotado do mesmo glorioso 12 cilindros do XJ-S acima. Esta é a primeira geração do XJ, linhagem que se iniciou em 1968. Dentro desta geração, este carro pertence à terceira e última remodelação, fabricado entre 1979 e 1986.
Citroen DS 1968. Este revolucionário modelo francês foi lançado em 1955, e seu design causou alvoroço na época. É de se imaginar o impacto que este carro trouxe, em uma época de Cadillacs rabo-de-peixes, da primeira geração do Ford Thunderbird, e do Nash e do Studebaker deste mesmo post. Este é meu primeiro contato com o DS, e pude entender um pouco o que foi essa sensação ao olhar para ele e comparar lado a lado no galpão, carros da mesma época. Infelizmente este exemplar não estava muito bem conservado, e aguarda uma merecida restauração. Mas ao invés de lamentar por não ter visto um carro impecável, prefiro desfrutar do privilégio de ter visto ao menos um na minha vida. O DS foi recentemente eleito o "carro mais bonito de todos os tempos", por uma equipe de desenhistas da revista Classic & Sports Car.
Citroen SM 1972. Com a intenção de oferecer um cupê esportivo derivado do revolucionário DS acima, a Citroën lançou em 1970, o SM. Proprietária da Maserati desde 1968, a Citroën aproveitou o DNA esportivo da marca italiana para dar alma ao seu cupê vanguardista. Dela veio o motor V6, e o "M" da sigla SM, que muitos acreditam ser "Sport Maserati". Esse não é o primeiro SM aqui nas páginas do AltoGiro. Já vimos um exemplar desse rodando nas ruas de São Paulo, que pode ser visto neste link.
Ferrari 308 GT4. Este modelo é o primeiro esportivo de motor V8 da Ferrari. Antes do 308, apenas macchinas com motores 12 cilindros tinham a honra de carregar o brasão do cavalo rampante no capô. Isso mostra a competência técnica deste modelo, considerado por Enzo Ferrari digno o suficiente para tal feito. As italianas de Maranello de 8 cilindros anteriores, como vocês sabem, carregavam o nome Dino desde que a primeira foi criada, em 1968. Os primeiros Dinos foram a 206 GT e a 246 GT igual à esta que vimos em Interlagos. Já as 308 GT4, como essa dessas fotos, foram inicialmente produzidas sob a marca Dino também, até 1976. Após esse ano passaram a ser Ferraris legítimas.
Esta Ferrari 308 GT4 visto na Golden Classics estava em processo de restauração. Se por um lado foi uma pena não poder ver o carro em todo seu glamour, por outro lado foi interessante ver a macchina desmontada e poder observar alguns detalhes ocultos. Esta última foto é de uma 308 GT4 vermelha em Londres, retirada do Wikipedia.
Studebaker Champion 1951. Este sedã compacto americano fez grande sucesso no pós-guerra, sendo a Studebaker a primeira fabricante a lançar um veículo totalmente novo após a Segunda Guerra Mundial. O desenho curioso, com a grade em formado de bala (bullet nose) e portas suicidas, aliadas à boas inovações técnicas para a época, garantiram boas vendas para este simpático modelo. Este Studebaker estava em bom estado de conservação. As incrições "Studebaker Commander" na grade dianteira revelam a versão deste Champion. O Commander era a versão mais luxuosa, e recebia o único motor V8 da linha, destacados pelos emblemas no capô (foto ao lado) e porta-malas (acima).
Nash Ambassador 1951. Raríssimo modelo americano, este Nash Ambassador da série AirFlyte é entitulado pela Golden Classics como o único em todo o Brasil. Apesar da nossa incapacidade de verificar a veracidade desta informação, não tem como negar que se trata de um clássico muito raro, do qual sinto-me privilegiado por poder ter conhecido.
Para quem não conhece, segue um brevíssimo resumo histórico. A Nash motors (1917 - 1954) nasceu de uma desavença de Charles Nash, então presidente da GM, com William C. Durant, co-fundador da compania. Nash então fundou a empresa que leva seu nome, concentrando-se na fabricação de carros médios inovadores e especialmente, aerodinamicamente vanguardistas. Este Ambassador AirFlyte 51 teve extenso desenvolvimento em túnel de vento, e seu para-brisa inteiriço envolvente e rodas parcialmente encobertas atestavam a preocupação com a capacidade de penetrar o ar quando em movimento. Vinha com motores de 6 ou 8 cilindros, e câmbio automático de 3 marchas e overdrive. Este Ambassador estava em bom estado de conservação, e foi é realmente interessante observar o futurismo das suas linhas na década de 50.
Para quem não conhece, segue um brevíssimo resumo histórico. A Nash motors (1917 - 1954) nasceu de uma desavença de Charles Nash, então presidente da GM, com William C. Durant, co-fundador da compania. Nash então fundou a empresa que leva seu nome, concentrando-se na fabricação de carros médios inovadores e especialmente, aerodinamicamente vanguardistas. Este Ambassador AirFlyte 51 teve extenso desenvolvimento em túnel de vento, e seu para-brisa inteiriço envolvente e rodas parcialmente encobertas atestavam a preocupação com a capacidade de penetrar o ar quando em movimento. Vinha com motores de 6 ou 8 cilindros, e câmbio automático de 3 marchas e overdrive. Este Ambassador estava em bom estado de conservação, e foi é realmente interessante observar o futurismo das suas linhas na década de 50.
Rolls-Royce Silver Wraith II. Este belo Rolls estava em processo de restauração, mas seu interior continuava impecável. O acabamento de um Rolls-Royce, mesmo com pelo menos 30 anos nas costas (o Silver Shadow e Silver Wraith foram produzidos entre 1965 e 1980) continua a impressionar ainda hoje. Não restam dúvidas da qualidade dos materiais, como madeira nobre real, pesadas peças metálicas cromadas (nas maçanetas, saídas de ventilação), na costura e encaixe das peças e até no couro um pouco desgastado. Parece que tudo foi feito para ficar intacto por todo esse tempo, e até mais! Na pequena foto da esquerda, uma curiosidade: dentro do porta-luvas, estava o atestado do fornecedor da madeira nobre do carro, e seu endereço em Londres para um eventual reparo.
Rolls-Royce Silver Cloud II. Este magnífico Rolls-Royce estava em ótimo estado de conservação, e encontrá-lo foi uma experiência transcendental. Conhecer, entrar e sentir um Rolls assim nos faz entender por que se cria tanta mistificação acerca desses nobres veículos. O painel esculpido em um imenso pedaço único de madeira de lei é um oasis nesse nosso cinzento mundo de painéis de plástico.
Foi um grande privilégio também poder admirar de perto a estátua Spirit of Ecstasy, clássica figura alada feminina que adorna todos os Rolls-Royces. Admito, eu toquei-a! Afinal, quantas vezes temos essas chances raras na vida?
E também sentei no banco traseiro deste Silver Cloud II, e fiquei imaginando... quem será que já ocupou o assento que eu estava repousando naquele momento? Membros da aristocracia americana, realeza inglesa, príncipes sauditas... astros de rock..? Quem quer que tenha sido, foi alguém importante na sociedade. Pouco importa, pois o privilégio, naquele momento, era meu!
Para ver a primeira parte da nossa visita à Golden Classics, com o Cadillac 6200 e o Oldsmobile Cutlass Supreme, clique aqui.
- Jackson
Para ver outras visitas e ventos do AltoGiroBlog.com.br, cliquem em "Visitas e Eventos" no menu lateral, ou aqui.
Maiores informações:
Golden Classics, (011) 5506-2317.
belissimo post e belas fotos, xineis!
ResponderExcluirpegou detalhes mto interessantes
muito legal ver os classicos e raridades...
achei legal ver a ferrari em restauraçao....será caro achar uma nesse estado??
valeu!
Parabéns pelo post, Xineis, ficou muito bom!
ResponderExcluirMuita informação, detalhes e belas fotos. Foi muito legal da Golden Classics receber você lá.
Meu carro preferido da coleção tem que ser o RR Silver Cloud II. Que aristocrata! Também gostei muito da "Dino", espero poder vê-la restaurada em breve.
Um detalhe esdrúxulo que me chamou a atenção foi a placa do Citroën SM: fica dentro da redoma frontal!
Gosto muito do XJ dessa geração. O XJ-S já vi rodando algumas vezes em Higienópolis.
-WS
bem observado, william.
ResponderExcluiressa placa na frente do SM é muito estranha mesmo, ainda mais que está com a placa amarela antiga ainda!
Com as placas cinzas novas, ou uma preta de carro antigo, talvez fique melhor, mas não menos estranho.
Vou dar um follow-up na restauração da Ferrari (não digam Dino, coitada, hehehe) em breve, e postarei aqui no AltoGiro.