quinta-feira, 20 de agosto de 2009

[Alto-Giro Ao Volante] Pontiac G6 GT



É, galera, para o (des)contentamento de nossos fiéis seguidores, continuamos aqui a série Alto-Giro Ao Volante! E pior: com uma marca que nem existe mais: a Pontiac. Numa viagem curta aos EUA, tive a oportunidade de dirigir esse G6 GT aí em cima por uma semana. Foi o suficiente para que eu formasse uma boa opinião quanto ao carro, confirmando alguns e negando outros preconceitos com os carros americanos.

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De desenho neutro, o G6 mostrava-se um legítimo Pontiac graças à grade bipartida, uma espécie de duplo rim da BMW, mas de gosto discutível. Na traseira, um pequeno aerofólio tenta dar um pouco de esportividade ao sedã. Como dá pra ver na foto de cima, a versão do "meu" G6 era a GT, ou seja, quase 220 cv de potência no V6! Pros nossos parcos padrões aqui no Brasil, sem dúvida prometia. E cumpriu. O carro acelerava muito bem, mesmo com o câmbio automático de 4 marchas - que, aliás, tinha um recurso de troca seqüencial na alavanca muito bom e rápido, algo surpreendente para um americano. O que não surpreendeu (mas agradou muito) foi o torque em baixa, algo muito valorizado pelos gringos e que garantiu boas cantadas de pneu nas arrancadas.



A suspensão, por outro lado, não me pareceu muito americana: passava cada defeito do asfalto para o volante. Ou seja, provavelmente um tanto dura para os ianques - talvez mostrando o viés esportivo, algo que já foi marcante nessa, por vezes esquizofrênica, marca da GM. Mas isso não é meu problema, eu gostei bastante dessa comunicação com a "pista", ainda mais no asfalto liso e quase sem buracos de lá. Não me vi em nenhuma situação em que pudesse pôr esse comportamento à prova, já que as estradas que peguei se destacavam pela falta de curvas, mas não o conjunto não comprometeu quando forçado de leve.



Passando agora ao interior: as primeiras impressões foram boas. O painel de instrumentos, bem desenhado, agradou pelos aros cromados em volta dos mostradores. O volante forrado de couro tinha boa pegada, além de um desenho tradicionalmente esportivo, com três raios. Os comandos satélite do rádio (os do monótono cruise control não usei) não eram nada de especiais, mas estavam lá. A propósito, esse carro estava equipado com rádio por satélite, uma mania nos EUA. Achei bem legal, sobretudo porque você vai trocando de rádio como troca de canal na TV, com estações temáticas, inclusive algumas especializadas em stand-up comedy. O que eu não gostei foi o rádio dividir o mostrador com o computador de bordo, o que dificulta a leitura enquanto se dirige. Ah, mas uma das informações disponíveis era a pressão dos pneus (dispositivo obrigatório por lá), e foi curioso notar o quanto ela variava com a temperatura. De manhã, quando estava bem frio (perto de 0∘C), até o meio-dia (a uns 15∘C), a variação era de até 5 psi. Foi surpreendente pra mim.



Continuando, os bancos tinham um desenho meio "gordo" e sem muito apoio lateral. O tecido do revestimento não era muito bom, não deixando uma boa impressão. Mas pior que isso era a ausência total de outro material que não fosse plástico nos painéis de porta. E de baixa qualidade. Isso sim é um estereótipo: carro americano com interior plastiquento. Como era um carro de locadora, darei um desconto, mas duvido que haja alguma versão com acabamento melhor.



Aí em cima dá pra ver as saídas de ar da cabine - que lembram as do EcoSport, entre outros - e os comandos do ar condicionado, além do display compartilhado do rádio/computador de bordo. A alavanca de câmbio tinha um acabamento bonito, talvez meio exagerado com esse cromadão, e a pegada era boa. O freio de mão era forrado de couro. O espaço interno era bom se comparado com os "médios" brasileiros, mas nada de impressionante para uma classe que tem Toyota Camry e Honda Accord como maiores expoentes de venda - corrija-me se estiver errado, Xineis :-). Mas uma das coisas mais legais nesse carro precisa de um videozinho para ser explicada:


Isso mesmo, o G6 veio com partida remota no controle. Aparentemente não muito incomum nos EUA, esse dispositivo permite que se ligue o carro de dentro de casa, para que o motor vá esquentando e o aquecimento funcione a pleno vapor (talvez tema de um curto post técnico para o Galileu?). Mas provavelmente é mais adotado pelos "elegantes" tuners que, além da partida a distância, fazem pular seus low riders de duas ou três décadas atrás através do controle remoto.

No geral, achei o G6 um carro sem graça, mas razoável. As características que agradavam nele (motor forte, por exemplo) são facilmente encontradas em concorrentes com mais pontos fortes. Seu desenho exterior é bastante monótono, mas supera, na minha opinião, o do Chevy Malibu, por exemplo. Num mercado com tantas opções como o americano, deve haver compradores que escolham o G6. Ou, melhor dizendo, não. Por isso, ele vai deixar de existir. Pra finalizar, o "carrinho" que ficava à disposição dos hóspedes do hotel (com motorista, claro): uma Suburban!



WS


5 comentários:

  1. Essa curta viagem parece ter sido bem interessante hen... Eu particularmente gosto do design da marca principalmente pelo modelo Firebird que lembra muito o Corvette, desde suas versões dos anos 70 até as dos anos 90. Nunca pesquisei a fundo sobre a marca, Porém através dos seus comentários, pude concluir que o carro por ser um esportivo GT, não passa de um nacional popular assim como o Ford Fusion. Mas se ele fosse comum aqui no Brasil ele já passaria a ser um carro de nível mais alto.
    O motor 6 cilindros de 220cv deve ser bem forte mesmo por ser original e o interior do carro até que é bem chique. O indicador de pressão dos pneus eu não sabia que era obrigatório, mas é bem interessante ter um desses para ter o controle sobre os mesmos. O método de ignição a distância é show de bola e realmente deve economizar um bom tempo enquanto o motor esquenta.

    Até mais! abraços!

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  2. animal wilsao!

    curti ligar por controle remoto...hhaha...mó pressão

    mas 220cv é um belo motor

    aqui seria um carro mto top e lá deve ser bem comum....lembro de ter visto esse carro qdo tava la, em 2005/2006

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  3. @Ikeziri: realmente os Pontiac velhos são bem mais legais. Firebird, TransAm, o GTO original... Esse G6 dá pro gasto e só. A comparação com o Fusion é válida, mas ressalto que o Pontiac é muito inferior, sobretudo acabamento. Aqui no Brasil seria topo de linha, espetacular, etc. Em parte, por culpa da imprensa especializada, que não critica essas porcarias nacionais.

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  4. parabéns pelo post, wilsão!!!

    mto bem escrito, passou muito bem suas impressões do carro.
    wilsão, o testador do Alto-Giro! haahah

    Bom, quanto ao carro:
    Eu gosto do design dele! Acho que tem mais personalidade do que a massa de Camccords nos EUA. Não se esqueçam que é um modelo introduzido em 2004, e seu desenho já é justificavelmente envelhecido pros dias atuais.
    Quando foi lançado, tinha como principais concorrentes os Camccords antigos, o malibu antigo (horrível), o sebring antigo (nem sei por que mencionei...), o altima (gosto desse), mazda 6 (gosto também), o TAURUS ANTIGO....

    ou seja, era bem razoável, e lembro que à época de seu lançamento, a imprensa americana elogiou bastante seu estilo.

    Era um bom representante da pontiac no sedans médios. Isso equivale a dizer que é um carro com maiores tendências esportivas que a média, em detrimento do acabamento interno (tem melhor definição de PONTIAC dos dias atuais?);

    É claro que quando fala-se de pontiac, todos lembram na hora do GTO, dos Trans-Ams.... mas isso são exceções de uma marca com tendência esportiva. Do mesmo modo que o Corvette é exceção dentro da marca Chevrolet.
    A pontiac não é uma marca de carros esportivos; é uma marca de carros normais, voltados à esportividade. Então, não acho que é muito justo dizer que o G6 não está à altura de pontiacs antigos (não que vcs tenham dito isso aqui). Isso seria o mesmo que dizer que o Malibu hoje em dia não está à altura da chevrolet, que já fez (faz) carros como o corvette, chevelle, camaro...

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  5. bom, quanto às impressões ao volante, só vc que dirigiu realmente pode afirmar algo, wilsão! Mas acho que é bem oq ue vc disse: 220cv são muito para nós que vivemos nessa realidade ridícula do brasil, mas é um tanto ordinário pras ruas americanas. Qualquer V6 hoje em dia dessa classe produz mais de 240-250 cv. Ou seja, a dona-de-casa que vai ao Wall Mart fazer compras, tem isso no seu Camry diariamente.

    Gostaria de saber, wilsão, além do motor e da boa arrancada, o que vc achou das respostas ao volante do G6. Qual o nível na barrinha de "prazer ao dirigir" vc daria?

    O acerto da suspensão é firme, isso é um bom sinal. E com certeza o cambio automático, e de QUATRO marchas, não ajudou...

    Em relação ao interior, realmente ele parece ser bem simples, quando comparado aos outros médios americanos, especialmente o Camry. Mas eu não ligo tanto pra interior/acabamento, então isso não seria um fator tão decisivo na hora de escolher o carro pra mim =)

    muito legal o recurso de ligar o carro pelo controle. Postarei em breve um post sobre o Ford Excursion que eu dirigi em L.A., que tinha um recurso que dava pra programar o carro pra ligar o ar quente e outros recursos com um timer, por que ligava-se o carro na tomada da garagem. Coisa de americano MESMO!! =)
    Legal teu vídeo. Vc reclamou do design sem graça, mas é o mais bonito carro do estacionamento.. pelo menos melhor que o Prius e o Kia Rio do vídeo =)

    belo post! abraços

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